quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

DOM EVARISTO REBATE OFENSIVA DO GOVERNO AO SÍNODO DA AMAZÔNIA

O bispo da prelazia de Marajó, o franciscano Dom Evaristo Pascoal Spengler, protestou contra a espionagem do governo Bolsonaro à Igreja Católica. O governo está em ofensiva contra o Sínodo sobre a Amazônia, convocado pelo Papa Francisco. “Isso é um retrocesso que só vimos na ditadura militar”, protestou Dom Evaristo, em entrevista concedida a Bernardo Mello Franco, do Jornal O Globo.
O bispo de Marajó disse que não cabe ao governo monitorar os debates da Igreja e que o clero já suspeitara da presença de arapongas numa assembleia em Marabá. Dom Evaristo afirmou que esclarece que a Igreja “não é neutra”, o que não significa que tenha partido.
“A Igreja está do lado dos mais fracos, dos mais pobres, dos ribeirinhos e dos indígenas”. Na entrevista, o franciscano disse ainda que o governo Bolsonaro defende interesses econômicos contra os povos da Amazônia e a floresta: “Estão incentivando um modelo predatório de desenvolvimento, que extrai as riquezas da floresta e deixa a população na pobreza”. “Querem construir hidrelétricas, abrir rodovias e permitir o avanço do agronegócio e das mineradoras”, alertou Dom Evaristo.
O secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, lembrou que o encontro convocado pelo Papa Francisco não envolve apenas o Brasil, mas nove países que integram a região da Pan-Amazônia. O documento preparatório da Igreja para o Sínodo define a Amazônia como “uma região com rica biodiversidade, é multiétnica, pluricultural e plurirreligiosa, um espelho de toda a humanidade que, em defesa da vida, exige mudanças estruturais e pessoais de todos os seres humanos, dos Estados e da Igreja”.
Fonte 2: https://noticias.franciscanos.org.br/dom-evaristo-rebate-ofensiva-do-governo-ao-sinodo-da-amazonia.html 

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

O SÍNODO QUE INCOMODA

Fiquei surpreso ao saber que a Igreja Católica em Manaus está sob suspeita de estar preparando uma ofensiva contra o governo no Sínodo que vai acontecer em outubro. Ao que tudo indica, as reuniões preparatórias que aconteceram na nossa cidade foram monitoradas pelos órgãos de informação. A minha primeira reação foi de estranheza pois nada fizemos de secreto. Centenas de textos de trabalho foram distribuídas. O que levou a esta suspeita? Tudo indica que é o medo de críticas e de oposição. Além disto, atribuir a preparação do Sínodo a uma orientação política da Igreja Católica mostra que a Igreja é pouco compreendida. Faço parte da Comissão da Amazônia da CNBB que foi constituída para fazer com que a Igreja no Brasil se solidarizasse com a Igreja na Amazônia, ao mesmo tempo, sendo desta região no conjunto da Igreja. Sei quanto este Sínodo está sendo um sinal de esperança para o nosso povo, sobretudo aqueles que nunca são ouvidos. Vi e testemunhei o encontro de bispos com ribeirinhos e comunidades indígenas. Assisti a reuniões de jovens que puderam se expressar livremente sobre temas antes vistos como tabus em rodas de conversa e escutas que se multiplicaram por todo o território panamazônico.
A preocupação de todos é a evangelização e a maior demanda é que se pensa na Eucaristia que não pode ser celebrada por falta de ministros. São preocupações que vem de longe. A estas se juntam à preocupação com a Casa Comum, numa Ecologia Integral. E neste aspecto os povos originários tem muito a nos ensinar. Também os ribeirinhos adquiriram a arte de viver e conviver na floresta. Os melhores projetos de desenvolvimento sustentável são os que aliam conhecimento científico e sabedoria popular. O Sínodo da Amazônia já é um evento bem-sucedido porque já provocou um grande mutirão de participação nas reflexões nunca visto em Sínodos anteriores. É o Povo de Deus que caminha na história e que quer ser ouvido em questões que são vitais para a humanidade.
Questiona-se a competência da Igreja para tratar destes assuntos. Ela está presente na Amazônia desde o início da sua ocupação pelos europeus. Tem um conhecimento da realidade que vem da convivência dos seus ministros com o povo. Os bispos que participarão da Sínodo são pastores atentos à vida do rebanho e agem sem segundas intenções quando defendem seus direitos e denunciam a violação dos mesmos. Os missionários estiveram entre os primeiros a descrever a região e seus habitantes. A Igreja encara com seriedade a sua missão e sempre procurou o melhor para os seus fiéis. Não jogamos para a plateia e nem visamos o dinheiro fácil e abundante que sempre atraíram os olhares cobiçosos para esta região, fonte inesgotável de riquezas.
Nos meus quarenta anos de convivência com os povos da floresta, aprendi mais que ensinei. Aprendi a respeitar a natureza. Não se brinca com ela. As consequências da destruição do meio ambiente são trágicas. Não é só a religião que afirma isto, mas também a ciência. Falar disto não é um atentado contra a soberania nacional, mas é colocar nossa pátria na vanguarda da defesa da vida no planeta.
ARTIGO DE DOM SERGIO EDUARDO CASTRIANI – ARCEBISPO METROPOLITANO DE MANAUS
JORNAL: EM TEMPO
Data de Publicação: 17.2.2019

domingo, 17 de fevereiro de 2019

SÍNODO DA AMAZÔNIA - VERSÃO POPULAR DO DOCUMENTO PREPARATÓRIO

Documento Preparatório do Sínodo é o instrumento que orienta os processos de diálogo e consulta aos diferentes e diversos atores dos territórios amazônicos. Este processo de consulta será realizado nas Assembleias Territoriais, nos Fóruns Temáticos e nos espaços previstos para isso.
A informação é divulgada por Cáritas Ecuador, 10-07-2018.
REPAM coloca à disposição esse material: Documento Preparatório – Versão Popular, que contém o mesmo esquema do documento sinodal: VerDiscernir Atuar e o questionário com as perguntas para discussão.
Na parte final, encontramos o esquema para contribuir com a sistematização das respostas e irá facilitar com que as consultas, reuniões, encontros e outras atividades que sejam realizadas nos territórios, também sejam ser incorporadas ao documento de trabalho.
Para baixar o documento em sua versão popular, acesse: http://redamazonica.org/folleto-portugues/ 
Tudo deverá ser enviado para o seguinte e-mail:
sinodoamazonia@gmail.com
sinododelamazonia@redamazonica.org

Para mais informações:

Brasil: Ir. Irene Lopes
Secretaria Executiva da REPAM Brasil
sinodoamazonia@gmail.com

Equador: Mauricio López
Secretário Executivo REPAM
e ligação com grupos de expertos
mlopez@redamazonica.org

Equador: Romina Gallegos
Responsável de REPAMs Nacionais
rgallegos@caritasecuador.org

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

PAPA FRANCISCO CHEGA NOS EMIRADOS ÁRABES

Papa Francisco Abu Dhabi
Destaque:  "A viagem realiza-se no contexto das comemorações dos 8 séculos do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão do Egito Malik Al Kamil".

O Papa Francisco já está nos Emirados Árabes. O Boeing 777 da Alitália com o Pontífice a bordo aterrissou no Aeroporto Internacional de Abu Dhabi às 21h48min, horário local. É a primeira visita de um Pontífice à Península Arábica. Com o lema “Faça-me instrumento da tua paz”, a viagem realiza-se no contexto das comemorações dos 8 séculos do histórico encontro entre São Francisco de Assis e o sultão do Egito Malik Al Kamil.

Algumas novidades alteraram o protocolo que estamos acostumados a ver, por razões essencialmente climáticas, ligadas ao calor. Assim, Francisco chegou ao aeroporto sem saudar na pista as delegações, mas desembarcou diretamente pelo “finger”, sendo recebido e acompanhado pelo príncipe herdeiro, Sua Alteza Xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan. O Pontífice foi saudado com palavras afetuosas, recebendo flores de duas crianças em trajes tradicionais.
O Papa então passou em revista a Guarda de Honra e saudou as delegações no Salão do Protocolo. Ali, com um abraço caloroso, deu-se o quinto encontro com o “amigo e querido irmão”, o Grão Imame de Al-Azhar, Ahmed al-Tayyeb.
Será esta respeitável autoridade do islã sunita a acompanhar o Pontífice nos encontros que terá, como precisou o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti.
E foi justamente com Grão Imame - que ao final da cerimônia de acolhida oficial, marcada por músicas tradicionais – o Papa transferiu-se a bordo de uma van, percorrendo 28 km até o Mushrif Palace, residência de honra à disposição de hóspedes ilustres, onde pernoitará enquanto estiver nos Emirados Árabes, visto não haver uma Nunciatura no país.
Amanhã, segunda-feira, os primeiros compromissos oficiais, com a cerimônia de boas-vindas e a visita oficial ao príncipe herdeiro, às 12 horas, hora local. Na parte da tarde, o encontro privado com os membros do Conselho dos Anciãos e na sequência o grande Encontro Inter-religioso no Founder's Memorial, onde o Papa fará seu primeiro discurso: https://is.gd/i4cbeb
Fonte: Vatican News