terça-feira, 25 de maio de 2010

A missão hoje: consciência e desafios


Cresce a consciência, nas últimas décadas, da missão que brota do seguimento de Jesus Cristo, suscitada já na graça do batismo. Ela se realiza em meio aos desafios de nosso tempo, cientes de que este é para nós o tempo da graça de Deus. Trata-se de uma vocação! O chamado que nos é feito aponta-nos para o momento de uma real fecundidade e uma profunda alegria na realização da missão.

O eixo central desta missão reside na evangelização. Assim, este momento que nos é dado viver constitui-se numa oportunidade ímpar para reassumir com vigor o seguimento de Jesus Cristo e a urgência da evangelização. Ressoam fortes as palavras do apóstolo Paulo: “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se não evangelizar!”

Evangelizar não é senão a tomada de consciência da missão que Cristo confiou à Igreja. Importa reavivá-la em nossa vida, recordando com novo ardor a vocação própria de toda a Igreja. Como isto se realiza no concreto de nossa história, importa, igualmente, “considerar com realismo as mudanças que estão ocorrendo, para nelas discernir os ‘sinais dos tempos’ e os apelos de Deus, que nos chama a criar novas expressões e a buscar novos caminhos na missão de encarnar o Evangelho nas novas realidades culturais e sociais” .

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terça-feira, 18 de maio de 2010

A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo

Todos sabemos que estamos passando, em nossos dias, por uma crise que ressoa fortemente nos campos social, econômico e político. Seu contorno, sua profundidade e sua extensão nos apontam para um desequilíbrio do vital humano1. Este ressoa em suas raízes mais profundas, o que fez a própria CNBB afirmar que, nesta crise, “chega-se à deformação das consciências, que aceitam como ‘normal’ ou ‘inevitável’ o que não tem nenhuma justificativa ética”2.

A desproporção dos indicadores econômicos mostra-nos que o preço social pago por causa desta crise é de grandes proporções, conjugando concentração de renda com condições miseráveis de vida e exclusão de grandes parcelas de nossa população. Aomesmo tempo, a sede voraz do lucro imediato agride também a natureza, hoje num desequilíbrio ecológico comprometedor. Os costumes políticos reinantes persistem na linha de uma política da demagogia, do clientelismo, do oportunismo, da impunidade, com altas taxas de corrupção. Falta transparência na condução da “coisa” pública (res publica) que acaba, não raro, sendo privatizada para saciar os interesses dos que, insensíveis ao bem comum, dele se servem irresponsavelmente e com prepotência. As próprias instituições estão em crise e encontram-se debilitadas ante o abismo existente entre as bases jurídicas daordem social e política e a realidade social que não incorpora de fato a lei enquanto garantia dos direitos do cidadão.

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1 Cf. N. AGOSTINI, “Entre o instituinte e o instituído – Do ethos à ética”, in CNBB (org.), Ética, direito ejustiça. Reflexões sobre a reforma do judiciário, Petrópolis: Vozes, 1996, p. 100-108.
2 CNBB – XXXI Assembléia Geral, “Ética: Pessoa e Sociedade”, SEDOC 26 (1993), n° 3, p. 41.

Texto publicado no livro "Ética cristã e desafios atuais", Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255 (esgotado).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Paz: Itinerário franciscano, tarefa de todos


No dia 27 de outubro de 1986 e, posteriormente, nos dias 9 e 10 de janeiro de 1993,
o Papa João Paulo II encontrou-se em Assis com líderes de outras Igrejas cristãs e de outras religiões do mundo para rezar pela paz. Quis fazê-lo em torno das figuras de Francisco e Clara, evocando o “espírito de Assis”. Evocando São Francisco, eis o que o Papa afirmava:

“Escolhi esta cidade de Assis para o nosso Dia de oração pela paz, por causa do
particular significado do santo homem aqui venerado – São Francisco – conhecido e
venerado no mundo inteiro como símbolo da paz, de reconciliação e de fraternidade”.


O “espírito de Assis” remete-nos às figuras de Clara e Francisco, cuja mensagem de vida abrem um itinerário seguro e eficaz para a busca da paz e da fraternidade entre os cristãos, entre os homens e mulheres de todas as religiões, enfim entre todos os povos. Nós franciscanos e franciscanas temos a missão de relançar sempre de novo este mesmo espírito.

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

O cuidado moral e pastoral de nossas famílias em situações “especiais”


A família constitui-se, segundo a Igreja, “num patrimônio da humanidade”, num dos seus “mais importantes tesouros” . Em nossa condição de discípulos e missionários de Jesus Cristo, sentimo-nos chamados a trabalhar em prol da família, empreendendo em favor dela os nossos melhores esforços. Sendo a família “um dos bens mais preciosos da humanidade” , ela permanece a comunidade fundamental, o horizonte de vida permanente, o sustentáculo do humano.

Por isso, a Igreja tem um olhar de atenção redobrada diante das “situações de conflito” . Estas costumam ser mencionadas também de outras maneiras: ora como “situações especiais”, ora como “situações difíceis”, ora como “situações irregulares” . A CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, publicou o Guia de Orientação para os Casos Especiais . Não esqueçamos que “Deus ama as famílias, apesar de tantas feridas e divisões” .

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Mal nos desafia


O ser humano quer ser feliz. Este é um desejo profundo e tem caráter universal. Não importam os desafios que tenha que enfrentar, nem mesmo eventuais derrotas. Sente-se impelido a construir algo e, com incansável ardor, a buscar o sentido da vida. Este desejo de realização e/ou de felicidade subjaz a qualquer vocação. Sente-se feito para ser feliz. Pascal já afirmara: “Todos os homens buscam ser felizes, mesmo aquele que vai se perder” 1.
Este anseio vem acompanhado da busca de sentido, investindo num caminho próprio, no intuito de vencer na vida. Instala-se, no entanto, uma tensão, pois este ser humano descobre a distância entre a realidade cheia de desafios, revezes e até derrotas e o sonho de realização. Ante tal situação, alimenta mesmo assim a esperança de um dia ser feliz, apesar das provações do tempo presente.
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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Liberdade humana e estruturas sociais: Modernidade, globalização e o modo franciscano de ser


O anseio de liberdade acompanha o ser humano desde sempre. Longe de ser um simples adendo, a liberdade constitui-se numa prerrogativa de especial magnitude, conatural ao seu ser, na qual ele adquire especial grandeza. Ela é o fundamento de sua própria dignidade.

A liberdade concretiza-se, no entanto, de maneira diferenciada e progressiva. Explicita-se na descoberta de um “poder fundamental”, num acordar da humanidade em etapas diferenciadas, fundado na consciência que o ser humano tem de si . Numa primeira etapa, o ser humano percebe que consegue resistir face à natureza. A partir daí, ele prossegue no seu despertar demarcando o seu “lugar distinto”, tendendo a colocar-se num nível superior ante os demais seres da criação, sobretudo ao buscar a sua subsistência. Segue uma outra etapa, na qual o ser humano introduz diferenciações dentro de sua própria espécie, fazendo despontar o “indivíduo” e mesmo a percepção de “grupo distinto”. A noção de liberdade acompanha esta descoberta que o ser humano faz de si, até explicitá-la na busca/desejo de emancipação, vértice no qual a modernidade buscou situar-se e ponto fulcral de sua própria crise.

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Jesus Cristo e a vivência da ética


Vivemos, em nossos dias, uma crise marcada por uma diluição de referenciais e por uma fragmentação consensual. Trata-se de uma crise de paradigmas que, analisada em suas raízes ético-morais, revela-se capaz de nos desestabilizar em nossa base mais profunda – o ethos -, onde justamente se tece a base comum de evidências primitivas em nosso modo próprio de ser e de viver. Deste fundo “arqueológico-social” vai depender a base consensual para a percepção, avaliação e ação, necessárias para o nosso viver. Hoje, nós vivemos de facto uma ruptura da unidade primitiva, tanto no ser humano ele mesmo quanto na sociedade. Assim, os comportamentos assumidos não são mais um consenso, imperativos diferentes – até contraditórios – tornam-se manifestos. Facilmente, fazemos a experiência do arbitrário e duvidoso.

Esta situação aponta igualmente para uma consciência ética desorientada, numa “crise em torno da verdade” . A medida de referência tende a ser o próprio indivíduo, inclusive para o que está além de si, num deslize individualista comprometedor. Por isso, faz-se necessário acionar a perspicácia ética e teológica, enquanto capacidade humana de respaldar com adequação o ser humano neste tempo de sua história.

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