sexta-feira, 19 de novembro de 2010

FREI NILO AGOSTINI LANÇA O 12º LIVRO


Este livro Ética: diálogo e compromisso (Editora FTD, São Paulo) nasceu da certeza de que a ética não é para servir de enfeite, mas para ser vivida no diálogo e no compromisso, desdobrando a capacidade ou o dom que o ser humano traz nele mesmo. Desde os tempos mais remotos, o ser humano tem buscado desentranhar o sentido em potencial da ética; pensadores têm se debruçado sobre ela para delinear seus diferentes matizes. Ela tem um lugar insubstituível na arquitetura do humano. Ser honesto é uma de suas aplicações práticas. E quando nos postamos diante dos avanços tecnocientíficos, soa forte a urgência de cultivá-la para além de eventuais trincheiras, num resgate do princípio de humanidade. Este livro veio para ser um apoio ao estudo da ética em nossas escolas, nos mais diferentes níveis, em nossas empresas, nas comissões de ética etc. Professores, pesquisadores, empreendedores e estudiosos os mais diversos encontrarão nesta obra um leque de impostações sempre iluminadoras, úteis, num resgate da humanidade.

A ética é um tema atual
A ética está nas primeiras páginas quando a questão é a luta contra a corrupção, nas comissões de bioética, na gerência dos negócios em empresas, na presença da mídia, na gestão da filantropia... Verificamos uma real reivindicação social de mais ética, de parâmetros morais, de balizas norteadoras fruto de um consenso comum em termos de valores. Ou seja, é notória a revitalização da ética. Porém, essa revitalização ocorre sob uma nova disposição social, numa nova regulamentação social da ética.
O significado social desse novo sopro ético permeia as páginas deste livro, quer na busca de um sentido nos grandes pensadores, quer em seu desdobramento vital no dia a dia. A revitalização da exigência ética merece ser devidamente analisada e identificada enquanto reivindicação moral das sociedades contemporâneas e enquanto “tarefa interna”, no contexto de uma “intimidade moral” que cada um traz em si mesmo.

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Trabalho e responsabilidade social


O trabalho é hoje compreendido em sua importância fundamental para o ser humano, assim como o é o conhecimento, a liberdade e a própria linguagem. E. Mounier nos dizia, em meados do século XX, que o “homem é essencialmente artifex, criador de formas, fazedor de obras... que a natureza do homem é o operador” .

Com a descoberta do fogo, eis que surge o elemento que permite dar especial qualidade ao trabalho com a emergência do homo faber. O fogo é energia, substituindo a dos animais domésticos. O qualitativo humano manifesta-se operante no uso desta energia, ao passar do “manual” para o “artesanal”, produzindo coisas por própria conta. Atende inicialmente às necessidades de sobrevivência para, em seguida, assegurar conforto, bem-estar etc. Entramos no industrial, da produção em cadeia com as máquinas, da robotização com a informática. O ser humano foi se revelando cada vez mais eficiente no trabalho.

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bioética: uma ciência preocupada com a vida

A Bioética é uma ciência nova. Tem 40 anos. Ela teve início na década de 70 do século passado, quando se começou a ver que o avanço das tecnologias necessitava de um acompanhamento ético, sobretudo as biociências. Cunhou-se o termo bioética, justamente para que pudéssemos fazer com que as ciências relacionadas à vida, às biotecnologias, pudessem servir ao ser humano e ajudá-lo no seu processo de humanização. Hoje, o termo bioética abrange toda a preocupação voltada à vida, mas também alcançando os seres não vivos, numa visão abrangente da criação toda.

Há um pluralismo muito grande dentro da Bioética e o consenso está começando a se fazer. Por que tal pluralismo? Porque as mais diferentes ciências são interpeladas e começam a responder aos desafios da Bioética. Aparecem também profissionais os mais diversos, tendo que se pronunciar sobre questões de Bioética, seja do nascer, seja do morrer, seja das questões de saúde ou de engenharia genética, ou até ambientais. E por isso há uma diversidade de posições, quem nem sempre formam um real consenso.

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SÃO FRANCISCO DE ASSIS


Entrevista com Frei Nilo Agostini, ofm

1) As idéias de São Francisco de Assis revolucionaram a Igreja. Que reflexos podemos constatar delas na história do cristianismo?

O que marcou o cristianismo foi a “forma de vida” assumida por São Francisco de Assis. Ainda bem jovem, Francisco sonhou ser grande, quis ser cavaleiro, inclusive para lutar contra cidades vizinhas. Porém, uma grande inquietação tomou cedo conta dele, colocando-o a caminho de um ideal que ele vai só aos poucos conseguindo discernir. Filho de um rico comerciante, com a vida garantida, eis que ele foi deixando tudo para seguir uma forma de vida simples e pobre a exemplo de Jesus Cristo e seus discípulos. E quando outros companheiros passaram a acompanhá-lo, Francisco sentiu com clareza que o Altíssimo Pai inspirava-o a viver segundo a forma do Santo Evangelho. Quis um estilo simples e pobre. Colocou-se entre os menores da sociedade. Ao fundar uma Ordem, chamou-a de Ordem dos Frades Menores.

2) O que o levou a tornar-se um franciscano?

A minha vocação despertou ainda na infância. Tudo começou quando uma equipe de missionários visitou as comunidades (capelas) da Paróquia do município de Indaial, SC. Fiquei encantando com as pregações e as atividades que desenvolviam, despertando em mim a vontade de ser como eles. Esta chama ficou guardada em meu coração até que, anos depois, apresentei-me aos frades franciscanos, que atendiam aquela paróquia, para ir ao seminário. Fui prontamente acolhido. Eu tinha apenas 11 anos. Fui paulatinamente descobrindo o quanto São Francisco de Assis poderia inspirar a minha vida, sobretudo ao levar-me para muito próximo de Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, compreendi que este modo de vida me colocava próximo do povo, numa presença de serviço, de oração e de trabalho.

3) Como São Francisco de Assis o influenciou em seus estudos na área da Teologia Moral?

É bom saber que a Escolástica, na Idade Média, foi fortemente influenciada pelos teólogos franciscanos. São Boaventura, Beato Duns Scotus, Alexandre de Hales, Guilherme de Ockham e Francis Bacon foram alguns destes nomes que marcaram a Escolástica, com grande contribuição para a Teologia. Com um acento agostiniano, a Escola Franciscana teve sempre a clareza de remeter a reflexão teológica diretamente a Jesus Cristo e seu Evangelho, anunciando-o aos distintos povos, raças e nações. Isto nos tem colocado muito cedo no coração da missão da própria Igreja que é ser evangelizado e evangelizar. O meu trabalho na Teologia Moral busca ser um anúncio do Evangelho, profundamente ligado à pessoa de Jesus, num chamado à conversão. Busco estar muito próximo do povo, inclusive escrevendo especialmente para ele, como no caso do último livro Moral Cristã: Temas para o dia-a-dia, nesta hora da graça de Deus (Editora Vozes).

4) Como é viver o voto da pobreza em meio a um mundo tão consumista?

O modo de vida dos frades franciscanos é profundamente comunitário. Estrutura-se em Fraternidades. Ninguém tem nada em nome próprio. Há uma partilha que é feita no seio da Fraternidade. Temos, na verdade, os instrumentos para que realizemos bem os nossos trabalhos evangelizadores. E diante da sociedade consumista, temos sempre que estar alertas e proceder a um contínuo discernimento, pois a pobreza significa dispor-se inteiramente a ser um dom total, num abandono de tudo, segundo o exemplo de Jesus Cristo, sendo Deus a única e verdadeira riqueza.

5) Que trabalhos os franciscanos vêm desenvolvendo no Rio de Janeiro?

Atenho-me aqui mais ao município do Rio de Janeiro. Os franciscanos da Ordem dos Frades Menores estão presentes no Santuário Santo Antônio (Largo da Carioca), no Hospital de São Francisco da Penitência (Tijuca, com filantropia para carentes), na Pontifícia Universidade Católica (Gávea) e em diversos trabalhos sociais como o SEFRAS (Serviço Franciscano de Solidariedade), com desdobramentos através da Educafro (pré-vestibular para negros e carentes, com 78 núcleos no Estado do Rio de Janeiro) e do Info-Sefras (programa de inclusão digital), ambos com sede e salas na Praça Tiradentes, n. 73. Outros trabalhos sociais: creches (Vidigal, Tijuca, Vila Ideal e Prainha em Duque de Caxias), Escola Pe. Dr. Francisco da Motta (Praça. Mauá), Escola de Enfermagem São Francisco de Assis (gratuita), Cemitério (no Caju). Além disso, prestamos auxílios a várias paróquias e promovemos Cursos de Teologia para Leigos nos finais de tarde, atualmente com núcleos na Igreja N. Sra. da Glória, no Largo do Machado, e no Colégio Sagrado Coração de Maria, em Copacabana, e em Niterói, na Paróquia São Francisco Xavier (totalizando 700 alunos). Além disso, há uma paróquia atendida pelos Frades em Niterói e cinco outras na Baixada Fluminense, sem falar das regiões serranas, sobretudo Petrópolis, Paty dos Alferes e Andrade Pinto.

6) Como é a estrutura mundial da Ordem?

A Ordem dos Frades Menores subdivide-se em Províncias; cada uma reúne um número variável de Fraternidades e Frades, com um projeto evangelizador enraizado localmente e sintonizado com a Ordem a nível mundial. Há sempre uma inserção muito grande na Igreja local (dioceses), buscando enriquecer a Igreja com o nosso estilo próprio de vida.

7) O que recomenda para aqueles que desejam seguir uma vida consoante aos ensinamentos de São Francisco de Assis?

Muitos são os que nos procuram para entrar na Ordem Franciscana. No Convento Santo Antônio, Largo da Carioca, há um atendimento vocacional para os que nos procuram. Quem queira fazer parte de nossa Ordem, terá que ter uma vontade grande de seguir Jesus Cristo simples e pobre, segundo a forma de vida de São Francisco de Assis e abraçar a vida em fraternidade; terá que estar pronto a servir o nosso povo, qualificando-se para os serviços prestados; terá que sentir-se profundamente ligado à Igreja Católica; terá que dispor-se a um crescimento espiritual fundado no seguimento de Jesus Cristo até chegar a formar uma unidade no seu ser, capaz de doação, transparência e qualidade evangélica de vida.

8) Quantas Ordens Franciscanas (masculinas e femininas) existem na cidade do Rio de Janeiro e quais são?

Existem seis Ordens Franciscanas na cidade do Rio de Janeiro. São elas: Ordem dos Frades Menores (OFM), Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap), Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFMConv), Ordem Franciscana Secular (OFS), Ordem de Santa Clara (Clarissas) e Ordem de Santa Beatriz da Silva (Concepcionistas franciscanas). Além destas Ordens, existem quatro Congregações Franciscanas na cidade do Rio de Janeiro: Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo, Irmãs Franciscanas do Sagrado Coração de Jesus, Irmãs Franciscanas de Dilling e Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

9) Qual a diferença entre as diversas ordens franciscanas?

Todas as Ordens e Congregações Franciscanas se irmanam na chamada “Família Franciscana” que, no Brasil, têm um Centro de animação comum (revista, cursos e sessões de formação) com sede em Brasília e que reúne 149 Ordens e Congregações franciscanas só do Brasil. Todas se inspiram no carisma comum da São Francisco e Santa Clara, ambos de Assis. Há uma diferença fundamental entre essas Ordens. Algumas cultivam uma vida contemplativa (Clarissas e Concepcionistas). As outras assumem uma vida apostólica, com serviços diversos prestados à Igreja ou com inserções diversas na sociedade. Porém, nós franciscanos e franciscanas achamos que os dois aspectos se complementam muito bem. Mesmo havendo estes e outros matizes e até estilos próprios entre as várias Ordens e Congregações Franciscanas, encontramos um profundo elo entre todas, fundadas no carisma de São Francisco e Santa Clara, que muitos chamam de carisma fracisclariano.

Entrevista publicada no Jornal Testemunho de Fé,
da Arquidiocese do Rio de Janeiro

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

PAZ: Justiça, desenvolvimento e solidariedade



Na vida em sociedade, três são os pilares da paz: a justiça, o desenvolvimento e a solidariedade.

Lemos em Is 32,17 que “a paz é obra da justiça”. João XXIII já dizia que as relações entre os Estados devem ser “reguladas pela justiça”, exclamando: “Esquecida a justiça, a que se reduzem os reinos senão a grandes latrocínios?”. João Paulo II, por sua vez, é enfático ao afirmar: “A paz se edifica sobre o fundamento da justiça”.

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A paz, dom de Deus, tarefa do ser humano


Hoje, em meio aos muitos conflitos, o valor da paz ressurge com toda força. Tem reconhecimento universal “como um dos valores mais altos que temos que buscar e defender”1. A grande ameaça à paz é a tentativa de uns se sobreporem aos outros, até criarem blocos que dividem o mundo. Muito se tem falado, após a Segunda Guerra Mundial, do confronto Leste-Oeste, quando grupos de nações se opunham por ideologias políticas e econômicas. Porém, João Paulo II soube identificar um conflito mais contundente e real, que está encravado nas relações Norte-Sul.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O grande sim de Deus em favor da vida

Soa forte, em nossos dias, o chamado de Deus em favor da Vida. Muitas são as ameaças e os atentados que sobre ela recaem. A vida humana vem sendo afligida de maneira especial. Preocupa-nos, igualmente, a depredação da natureza. Vivemos a ambivalência de dispor de riquezas, de possibilidades várias e de poder, ao mesmo tempo em que uma parte considerável da humanidade continua padecendo de fome, sujeita à violência, à exclusão e a toda sorte de males. Espalha-se uma mentalidade individualista, auto-suficiente e mergulhada na indiferença. O desenvolvimento econômico nem sempre vem acompanhado do progresso social e do crescimento espiritual. Diante disto, soa forte a proposta de Jesus ao anunciar o “Evangelho da Vida”, nos reenviando a beber na fonte da Vida, nAquele que é o “Senhor da Vida” .

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Ética Social Cristã e Doutrina Social da Igreja


Nossa realização vai depender da clareza que temos sobre os eixos básicos de uma ética social e da ação que empreendermos. Nós cristãos temos certamente muito a oferecer. Nossa tradição é rica de ensinamentos e é grande a nossa capacidade em responder aos sempre novos desafios. Vejamos que caminhos conseguimos abrir.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Aborto e dignidade da pessoa humana


Amplia-se o debate sobre o aborto em nosso país. Muitas são as visões que se interpõem, díspares muitas vezes. Nos meios de comunicação em geral, as posições aí aportadas nem sempre são um consenso; muitas vezes são contraditórias. Por isso, é indispensável ocupar o espaço e debater de maneira aberta para estimular a nossa atenção, aguçar a razão e esclarecer a consciência sobre problemas importantes de nossa sociedade.

Quando o assunto é o aborto, importa salientar alguns pontos básicos. Inicialmente, apontamos para o valor da dignidade da pessoa humana. Subjaz a esta o reconhecimento de uma realidade intrínseca, inerente ao próprio ser humano. Presente em cada pessoa, em sua essência mesma, esta dignidade é reconhecida como incomparável, inviolável e inalienável. A humanidade,
depois de guerras, holocaustos, genocídios etc, assimilou este reconhecimento como um valor universal que não se pode simplesmente vender, transferir, abdicar ou anular. Trata-se de um respeito devido a cada pessoa.

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

O resgate do vital humano na “produção” ética e inculturada do instituído

Em meio às rápidas transformações de nossa sociedade, identificamos uma crise que é do humano. Ela é também identificada como uma crise ética por excelência. Os fenômenos desta crise, mesmo os aparentemente exteriores, nos atravessam por inteiro e profundamente; dizem, inclusive, quem somos neste momento da história. Esta crise apresenta traços nítidos em seus contornos, profundidade e extensão. Ela acabou criando um desequilíbrio das bases vitais do humano, atingindo suas raízes mais profundas, o seu próprio ethos. Face a ela, urge resgatar o vital humano.

No resgate deste vital, identificamos vários elos sustentadores do humano presentes já na própria “produção do instituído”. Isto aponta, antes de tudo, para as nossas raízes mais profundas, o ethos, onde se dá a elaboração das “evidências primitivas”, como primeiro passo da elaboração das normas que regem a convivência humana. Identificamos, igualmente, momentos subseqüentes de explicitação do instituído, à medida que entra em cena a mediação da moral, do direito e da própria ética.

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Virtudes - O vigor da vida no Espírito

Torna-se impossível falar do vigor que alimenta uma vida em comunhão com Deus e com os irmãos sem tocar um ponto luminoso, o ser virtuoso. Ele constitui um dos objetivos primordiais da Teologia, aponta para os alicerces da vida do cristão no seu dia-a-dia, resgata o ser humano em sua busca de plenitude.

Buscaremos aqui resgatar o frescor de um tema antigo com sua provocante solidez para os nossos dias. Voltar-nos-emos para o sentido e o papel das virtudes enquanto vigor subjacente à prática cristã e à própria Teologia. A fé, a esperança e a caridade, enquanto virtudes teologais, constituem o elo de base do tornar-se virtuoso e do produzir frutos do Espírito num contexto de sociedade em que se cruzam muitos outros ideais, próprio de uma sociedade policêntrica. São os fundamentos das virtudes humanas ou morais, pois "dispõem todas as forças do ser humano para comungar do amor divino".

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terça-feira, 6 de julho de 2010

Entrevista com Prof. Nilo Agostini sobre Bioética, Células-tronco e início da vida.
parte -1



parte 2

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ética e cidadania na administração tributária

A ética mobiliza o ser humano e a sociedade

“O século XXI será ético ou não existirá”. Esta afirmação de Gilles Lipovetsky, feita em seu livro O crepúsculo do dever (Dom Quixote, Lisboa), nos coloca diante do desafio de voltar à ética como sustentação do vital humano. Não se trata de ir em busca de algo fora de nós. Antes, representa desdobrar uma qualidade humana, intrínseca, pois a ética constitui um elemento da essência mesma do humano. Ela pode ficar adormecida ou, ao contrário, pode ser cultivada e desdobrada no todo da pessoa, mobilizando o ser humano por inteiro.

Importa acionar a capacidade ética em todos os âmbitos de nossa vida e de nossas organizações. Trata-se de uma capacidade crítica, reflexiva e de discernimento. Os diferentes graus do instituído ou codificado necessitam ser respaldados pela ética para que possam responder com adequação à função que lhes é própria. Fala-se, então, de uma construção ética do instituído. Isto permite elaborar delimitações protetoras da vida em comum e do respeito da dignidade humana em cada pessoa. Promovem-se valores, estabelecem-se normas, constituem-se significantes geradores de mobilização e de adesão.

A virtude maior que brota da ética é, sem dúvida, a justiça. Uma sociedade bem ordenada não poderá prescindir dela. A justiça se encontra no coração da ética. O pulsar ético de uma sociedade leva-a necessariamente à justiça que, aliada ao cultivo da cidadania, dá um direcionamento claro à vida e repercute nos comportamentos pessoais e nas ações coletivas.

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

A questão ambiental na América Latina e no Caribe


Queremos, aqui, aludir à capacidade que o indivíduo tem de reagir, passando da posição subalterna e passiva para ativo. Isto se dá à medida que ele vai compreendendo as condições concretas que interagem em sua vida. A questão ambiental é hoje paradigmática desta dupla face do ser humano, ora passivo e à mercê de processos até destrutivos, ora ativo, sujeito e desejoso de redirecionar a marcha em curso, com uma participação que seja responsável e respeitosa.

É certo que “as situações sociais em que se inserem os indivíduos e as coletividades são fundamentais no processo de elaboração ou desenvolvimento de sua consciência social” . Esta consciência inclui hoje não só o processo social, ou seja o padrão de relações entre os seres humanos, bem como inclui a forma com que a população utiliza os recursos da terra. Esta simbiose significa que tomamos consciência das interconexões entre nós mesmos e a natureza. Sua vulnerabilidade é nossa vulnerabilidade. Com isso, incorporamos o marco ecológico em nossa agenda, chegando a falar num sistema ecossocial, ou seja, que inclui sistemas naturais e sistemas humanos.

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quarta-feira, 16 de junho de 2010

O que a espiritualidade tem a ver com as ciências humanas


No tocante à espiritualidade, encontramo-nos hoje numa encruzilhada entre visões herdadas do passado, aquelas do momento presente e outras em gestação.

Do passado, trazemos a cosmovisão do mundo repleto do divino, compondo uma ordem estabelecida, na qual cada elemento tinha o seu lugar. A espiritualidade respirava a onipresença de Deus, numa heteronomia ampla e difusa. Esta visão contribuiu para a edificação de uma ordem estabelecida marcada pela uniformidade e unanimidade, na qual padrões, papéis, ritos, costumes etc eram pré-estabelecidos. Porém, tal visão era vivida de maneira dualista, sendo a espiritualidade uma realidade separada do corpóreo e do material. O encontro dos seres humanos com Deus (spiritualitas, como já aparece no séc. V) vinha “talhado” pela dicotomia corpo e alma. Numa visão herdada dos gregos e dos próprios maniqueus, o corpo constituía-se numa prisão da alma. Portanto, a vida espiritual era uma constante busca de libertar-se da vida material, degradada, com um cuidado/suspeita constante das relações corporais, recaindo sobre a sexualidade uma visão fortemente pejorativa. Compreendemos, então, que se tenha cultivado uma visão preponderantemente negativa com relação ao humano, ao mundo, ao corpo, à matéria etc.

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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Crise ético-moral, hoje


Vivemos num “mundo” de perguntas, de incertezas. Ninguém tem segurança nas respostas a serem dadas. As mudanças são permanentes; o antigo e o tradicional já não servem para as novas gerações. O moderno se impõe. E, não raro, este também entra em crise; falamos, então, do pós-moderno. Seja qual for a “era”, o certo é que vivemos num vazio; fazemos a experiência do tédio, da ausência de sentido e de normas, de um individualismo narcisista e de um niilismo. O “mundo” é plural, policêntrico, planetário, ecumênico; temos a impressão de que ele escapa de nossas mãos.

A modernidade está, sem dúvidas, presente nos grandes desafios que hoje se apresentam nas áreas tanto da educação como da própria fé cristã. A preparação intelectual, espiritual e mesmo afetiva, não pode ignorar os 500 anos durante os quais a modernidade modificou o pensamento e a ação do ser humano. Busquemos, com este texto, entender o seu sentido, bem como identificar no seu tecido as ambigüidades de suas conquistas e de seus valores. Sentimos que é hora de recriar os referenciais que hoje possam orientar o nosso ser e o nosso agir, ou seja, tendo como eixo a alteridade, buscar construir o ser humano como ser sujeito, ser afetivo, ser espiritual. Eis o desafio maior, hoje!

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sexualidade e realização humana: a proposta da Igreja Católica


A sexualidade é uma das maiores riquezas do ser humano; sua realização está intimamente ligada a ela. Vivê-la com equilíbrio e maturidade é hoje o grande desafio. As mudanças trazidas pela modernidade e pela pós-modernidade introduziram padrões e comportamentos que mudaram a forma de viver a sexualidade. A visão fragmentada da modernidade e as manifestações miniaturizadas da pós-modernidade tendem a reduzir o seu potencial e a banalizar o seu valor. A Igreja Católica, por sua vez, propõe uma visão integral do ser humano, na qual a sexualidade é parte integrante de todo o seu ser; capta a sua riqueza, sendo ela um bem; busca vivê-la no amor, no dom de si, buscando sempre o bem das pessoas e da sociedade. Assim, a sexualidade torna-se fonte de realização e de comunhão entre as pessoas e com o próprio Deus.

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terça-feira, 1 de junho de 2010

A CRISE ECOLÓGICA: O SER HUMANO EM QUESTÃO


Somos seres humanos vivendo majoritariamente nas cidades. Seres urbanos, sim, porém mal urbanizados. Sentimo-nos ainda forasteiros na cidade. O asfalto, as pedras, os edifícios, as casas nos morros, as lojas, os armazéns, os supermercados, as fábricas, os plásticos, os computadores vão tomando espaços há pouco inimagináveis e, com isso, distanciando o ser humano do convívio mais direto com a natureza. A vida agitada já não nos possibilita mais parar, respirar, contemplar numa união cósmica que enlaça a natureza toda. A própria poluição já embaça os horizontes, enfraquece a luz do sol, muito mais da lua e das estrelas. A degradação do meio ambiente atinge índices alarmantes, com ameaças diretas à qualidade da vida existente.

É certo que o modelo econômico atual agride fortemente a vida neste planeta. Desenvolvido na civilização ocidental, hoje invadindo os mais recônditos lugares da Terra, este modelo corrói não só o humano mas desfaz o equilíbrio vital que une a natureza toda. A busca desenfreada do lucro, capitalizado/acumulado, levou a uma sede voraz de posse sobre a limitada natureza, hoje com sinais de depredação comprometedores. E mais! O alarmante ritmo de extinção das espécies2 não é um fenômeno natural, nem espontâneo e muito menos autônomo. Sabemos do enorme impacto causado pela interferência do ser humano na criação. Em curto espaço de tempo, estamos rompendo o equilíbrio que custou bilhões de anos para se formar e poder acolher/abrigar a vida.

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terça-feira, 25 de maio de 2010

A missão hoje: consciência e desafios


Cresce a consciência, nas últimas décadas, da missão que brota do seguimento de Jesus Cristo, suscitada já na graça do batismo. Ela se realiza em meio aos desafios de nosso tempo, cientes de que este é para nós o tempo da graça de Deus. Trata-se de uma vocação! O chamado que nos é feito aponta-nos para o momento de uma real fecundidade e uma profunda alegria na realização da missão.

O eixo central desta missão reside na evangelização. Assim, este momento que nos é dado viver constitui-se numa oportunidade ímpar para reassumir com vigor o seguimento de Jesus Cristo e a urgência da evangelização. Ressoam fortes as palavras do apóstolo Paulo: “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se não evangelizar!”

Evangelizar não é senão a tomada de consciência da missão que Cristo confiou à Igreja. Importa reavivá-la em nossa vida, recordando com novo ardor a vocação própria de toda a Igreja. Como isto se realiza no concreto de nossa história, importa, igualmente, “considerar com realismo as mudanças que estão ocorrendo, para nelas discernir os ‘sinais dos tempos’ e os apelos de Deus, que nos chama a criar novas expressões e a buscar novos caminhos na missão de encarnar o Evangelho nas novas realidades culturais e sociais” .

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terça-feira, 18 de maio de 2010

A Doutrina Social da Igreja e problemas de nosso tempo

Todos sabemos que estamos passando, em nossos dias, por uma crise que ressoa fortemente nos campos social, econômico e político. Seu contorno, sua profundidade e sua extensão nos apontam para um desequilíbrio do vital humano1. Este ressoa em suas raízes mais profundas, o que fez a própria CNBB afirmar que, nesta crise, “chega-se à deformação das consciências, que aceitam como ‘normal’ ou ‘inevitável’ o que não tem nenhuma justificativa ética”2.

A desproporção dos indicadores econômicos mostra-nos que o preço social pago por causa desta crise é de grandes proporções, conjugando concentração de renda com condições miseráveis de vida e exclusão de grandes parcelas de nossa população. Aomesmo tempo, a sede voraz do lucro imediato agride também a natureza, hoje num desequilíbrio ecológico comprometedor. Os costumes políticos reinantes persistem na linha de uma política da demagogia, do clientelismo, do oportunismo, da impunidade, com altas taxas de corrupção. Falta transparência na condução da “coisa” pública (res publica) que acaba, não raro, sendo privatizada para saciar os interesses dos que, insensíveis ao bem comum, dele se servem irresponsavelmente e com prepotência. As próprias instituições estão em crise e encontram-se debilitadas ante o abismo existente entre as bases jurídicas daordem social e política e a realidade social que não incorpora de fato a lei enquanto garantia dos direitos do cidadão.

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1 Cf. N. AGOSTINI, “Entre o instituinte e o instituído – Do ethos à ética”, in CNBB (org.), Ética, direito ejustiça. Reflexões sobre a reforma do judiciário, Petrópolis: Vozes, 1996, p. 100-108.
2 CNBB – XXXI Assembléia Geral, “Ética: Pessoa e Sociedade”, SEDOC 26 (1993), n° 3, p. 41.

Texto publicado no livro "Ética cristã e desafios atuais", Petrópolis, Editora Vozes, 2002, p. 201-255 (esgotado).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Paz: Itinerário franciscano, tarefa de todos


No dia 27 de outubro de 1986 e, posteriormente, nos dias 9 e 10 de janeiro de 1993,
o Papa João Paulo II encontrou-se em Assis com líderes de outras Igrejas cristãs e de outras religiões do mundo para rezar pela paz. Quis fazê-lo em torno das figuras de Francisco e Clara, evocando o “espírito de Assis”. Evocando São Francisco, eis o que o Papa afirmava:

“Escolhi esta cidade de Assis para o nosso Dia de oração pela paz, por causa do
particular significado do santo homem aqui venerado – São Francisco – conhecido e
venerado no mundo inteiro como símbolo da paz, de reconciliação e de fraternidade”.


O “espírito de Assis” remete-nos às figuras de Clara e Francisco, cuja mensagem de vida abrem um itinerário seguro e eficaz para a busca da paz e da fraternidade entre os cristãos, entre os homens e mulheres de todas as religiões, enfim entre todos os povos. Nós franciscanos e franciscanas temos a missão de relançar sempre de novo este mesmo espírito.

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quarta-feira, 12 de maio de 2010

O cuidado moral e pastoral de nossas famílias em situações “especiais”


A família constitui-se, segundo a Igreja, “num patrimônio da humanidade”, num dos seus “mais importantes tesouros” . Em nossa condição de discípulos e missionários de Jesus Cristo, sentimo-nos chamados a trabalhar em prol da família, empreendendo em favor dela os nossos melhores esforços. Sendo a família “um dos bens mais preciosos da humanidade” , ela permanece a comunidade fundamental, o horizonte de vida permanente, o sustentáculo do humano.

Por isso, a Igreja tem um olhar de atenção redobrada diante das “situações de conflito” . Estas costumam ser mencionadas também de outras maneiras: ora como “situações especiais”, ora como “situações difíceis”, ora como “situações irregulares” . A CNBB, através da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, publicou o Guia de Orientação para os Casos Especiais . Não esqueçamos que “Deus ama as famílias, apesar de tantas feridas e divisões” .

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

O Mal nos desafia


O ser humano quer ser feliz. Este é um desejo profundo e tem caráter universal. Não importam os desafios que tenha que enfrentar, nem mesmo eventuais derrotas. Sente-se impelido a construir algo e, com incansável ardor, a buscar o sentido da vida. Este desejo de realização e/ou de felicidade subjaz a qualquer vocação. Sente-se feito para ser feliz. Pascal já afirmara: “Todos os homens buscam ser felizes, mesmo aquele que vai se perder” 1.
Este anseio vem acompanhado da busca de sentido, investindo num caminho próprio, no intuito de vencer na vida. Instala-se, no entanto, uma tensão, pois este ser humano descobre a distância entre a realidade cheia de desafios, revezes e até derrotas e o sonho de realização. Ante tal situação, alimenta mesmo assim a esperança de um dia ser feliz, apesar das provações do tempo presente.
Confira o texto na íntegra . Clique aqui.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Liberdade humana e estruturas sociais: Modernidade, globalização e o modo franciscano de ser


O anseio de liberdade acompanha o ser humano desde sempre. Longe de ser um simples adendo, a liberdade constitui-se numa prerrogativa de especial magnitude, conatural ao seu ser, na qual ele adquire especial grandeza. Ela é o fundamento de sua própria dignidade.

A liberdade concretiza-se, no entanto, de maneira diferenciada e progressiva. Explicita-se na descoberta de um “poder fundamental”, num acordar da humanidade em etapas diferenciadas, fundado na consciência que o ser humano tem de si . Numa primeira etapa, o ser humano percebe que consegue resistir face à natureza. A partir daí, ele prossegue no seu despertar demarcando o seu “lugar distinto”, tendendo a colocar-se num nível superior ante os demais seres da criação, sobretudo ao buscar a sua subsistência. Segue uma outra etapa, na qual o ser humano introduz diferenciações dentro de sua própria espécie, fazendo despontar o “indivíduo” e mesmo a percepção de “grupo distinto”. A noção de liberdade acompanha esta descoberta que o ser humano faz de si, até explicitá-la na busca/desejo de emancipação, vértice no qual a modernidade buscou situar-se e ponto fulcral de sua própria crise.

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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Jesus Cristo e a vivência da ética


Vivemos, em nossos dias, uma crise marcada por uma diluição de referenciais e por uma fragmentação consensual. Trata-se de uma crise de paradigmas que, analisada em suas raízes ético-morais, revela-se capaz de nos desestabilizar em nossa base mais profunda – o ethos -, onde justamente se tece a base comum de evidências primitivas em nosso modo próprio de ser e de viver. Deste fundo “arqueológico-social” vai depender a base consensual para a percepção, avaliação e ação, necessárias para o nosso viver. Hoje, nós vivemos de facto uma ruptura da unidade primitiva, tanto no ser humano ele mesmo quanto na sociedade. Assim, os comportamentos assumidos não são mais um consenso, imperativos diferentes – até contraditórios – tornam-se manifestos. Facilmente, fazemos a experiência do arbitrário e duvidoso.

Esta situação aponta igualmente para uma consciência ética desorientada, numa “crise em torno da verdade” . A medida de referência tende a ser o próprio indivíduo, inclusive para o que está além de si, num deslize individualista comprometedor. Por isso, faz-se necessário acionar a perspicácia ética e teológica, enquanto capacidade humana de respaldar com adequação o ser humano neste tempo de sua história.

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fome, carência e imperativo moral na distribuição de recursos


Cresce, em nossos dias, a consciência de nossa responsabilidade face ao flagelo da fome que ainda assola grande parte da população mundial. “A multidão de famintos, constituída por crianças, mulheres, idosos, imigrantes, prófugos e desempregados, eleva para nós o seu grito de dor. Eles imploram-nos, à espera de ser escutados”1.

O Pontifício Conselho “Cor Unum”, por solicitação do Papa João Paulo II, ocupouse de todos aqueles que não dispõem do mínimo vital, publicando, em 1996, o documento “A fome no mundo. Um desafio para todos: o desenvolvimento solidário”2. A Igreja Católica no Brasil, através da CNBB, por ocasião da 40ª Assembléia Geral dos Bispos, publicou, em 2002, o texto “Exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome”3.

Fazemos parte de uma comunidade de fé que não quer fechar os olhos diante da dura realidade da fome e da miséria. Sente-se interpelada por todo aquele que estiver caído na estrada da vida, como o bom samaritano.

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Teologia Moral hoje: Moral Renovada para uma Catequese Renovada



Em 1983, no dia 15 de abril, por ocasião da 21ª Assembléia Geral, a CNBB aprovou o documento Catequese Renovada . Buscando apontar para a catequese como uma prioridade, os Bispos do Brasil procuraram esboçar orientações e conteúdos para uma catequese renovada. Valorizaram o passado, tendo em conta a catequese como iniciação da fé e vida da comunidade (século I a V), como processo de imersão na cristandade (do século V ao XVI), como instrução e aprendizagem individual (a partir do século XVI) e como educação permanente para a comunhão e a participação na comunidade de fé (século XX).

Há pouco mais de 25 anos, o documento Catequese Renovada reconhecia existir características positivas, bem como identificava deficiências na catequese em nosso país . Um intenso trabalho de animação e de aprofundamento tem sido empreendido desde então para reforçar os eixos básicos e preencher as lacunas.

Vale ressaltar que o Diretório Nacional e Catequese recentemente aprovado em Assembléia Geral pelos Bispos destaca que os adultos são os primeiros interlocutores da mensagem cristã. Deles dependem a formação das novas gerações . A catequese com adultos foi recentemente incluída no foco das atenções com ampla reflexão e realização da Segunda Semana Brasileira de catequese.

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Comunicação social e ética

O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, ao divulgar o documento Ética nas comunicações sociais, no ano de 2000, é muito claro ao identificar, em sua introdução, a problemática aí existente ao afirmar:

“Um grande bem e um grande mal provêm do uso que as pessoas fazem dos meios de comunicação social. Não obstante geralmente se diga – e com freqüência diremos aqui –que os mass media fazem isto ou aquilo, não se trata de forças cegas da natureza, fora do controle humano. Pois, embora os atos de comunicação, com freqüência, tenham conseqüências involuntárias, são as pessoas que escolhem usar os mass media para finalidades positivas ou negativas, de modo reto ou incorreto.

Essas opções, fulcrais para a questão ética, são feitas não só por aqueles que recebem as comunicações – espectadores, ouvintes e leitores –, mas especialmente por aqueles que controlam os instrumentos de comunicação social e determinam suas estruturas, linhas de conduta e conteúdo” .

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

A centralidade do amor


Ao tratarmos do amor, estamos diante de um tema extremamente rico, crucial e decisivo para as nossas vidas. Não há como dispensá-lo; seria comprometer nosso desenvolvimento e realização enquanto pessoas humanas. Em nossos dias, como no passado, continuam numerosas as publicações a ele dedicadas.O chamado para o amor está no coração da mensagem de Jesus. Hoje, seu dinamismo é regatado para tratar da sexualidade e devolver-lhe seu rosto verdadeiramente humano. Ele é indispensável na superação do mal, sob o concurso da graça. Importa igualmente compreender o amor naquilo que ele representa para a nossa vida humana em seu alicerce divino, num convite a deternos no essencial, ou seja, a capacidade de amar inerente ao ser humano.

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CÉLULAS-TRONCO, SEM MEDO DE DIZER QUAL É A NOSSA POSIÇÃO!


A propósito do artigo de Ferreira Gular “Uma questão teológica”, publicado na Folha de São Paulo, no dia 30 de março de 2008.

Prof. Dr. Frei Nilo Agostini, ofm

Ferreira Gular tem razão de dizer que para ele o assunto é complicado mesmo. Tenta se pronunciar sobre um assunto amplo e importante e que não pode ser reduzido a meia dúzia de palavras. Ao querer posicionar-se, acaba resvalando no que parece desconhecer e, mesmo assim, pretende criticar a posição da Igreja Católica no tocante ao assunto em questão. Esquece-se o articulista que a interlocução com a sociedade pressupõe respeito com os protagonistas que tem contribuído para salvaguardar a afirmação do valor da vida nesta nação, inclusive quando pessoas eram atentadas em sua dignidade nos tempos da repressão explícita.

Caro Ferreira Gular, aquela célula que você diz que é menor que uma cabeça de alfinete, sendo ela já fecundada, mesmo sendo uma só, já contém 3,5 bilhões de informações, reunidas em mais de 50 mil genes, nos 23 pares de cromossomos. O que será a vida no resto de seus dias já está lá inscrito, bastando apenas desenvolver-se. A bela aventura da vida, a sua e a minha ou nossa, já começou naquele primeiro instante. O patrimônio genético não mudará mais. A esta evidência, muitos estudiosos sérios se subscrevem, mesmo sem muito alarde. Só uma parte dos cientistas afirma que a vida humana começa mais tarde ou em outros estágios daquela vida já iniciada na fecundação do óvulo. Quando estamos ante o espermatozóide ou o óvulo, sem a fecundação, não estamos diante de uma vida humana. Isto é tão óbvio que usar essa argumentação é simplório demais, é palavreado desnecessário, o que torna sim a discussão sem fim por pura inépcia do discurso pretendido. Aliás, o que entra em questão não é simples célula, mas o embrião, ainda que menor que cabeça de alfinete.

No caso do uso de embriões sobrantes como banco de células-tronco embrionárias, existem algumas ponderações do porque da posição da Igreja, aliás apontada em seu texto. A Igreja é a favor da vida, não importa o estágio em que ela se encontre, não importa a sua origem, classe ou povo a que pertença. A vida detém uma dignidade que ninguém concede, que ninguém outorga, que ninguém confere; diante dessa dignidade cabe uma atitude: reconhecê-la! A partir deste momento, começaremos a cuidar dela, protegê-la, tutelá-la, sobretudo quando esta se encontra em situações vulneráveis, como é o caso dos embriões humanos. Sendo esta vida humana dotada de dignidade, ela não pode ser tratada como objeto, muito menos como descartável. Por isso, a indústria da fecundação artificial erra quando faz do ser humano um objeto vulnerável pelas sobras de embriões, vulnerável pelo descarte e perda de muitos dentre eles. Ecoa forte um grito em favor da vida. Escolhe, pois, a vida! Nós anunciamos o Evangelho da Vida. Não basta que o fim seja bom: os meios também devem sê-lo.

Todos queremos que a ciência avance e encontre meios cada vez mais apropriados para suavizar a dor, curar doenças e melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades. Mas isso não poderá ser feito à custa de vidas humanas que, não reconhecidas como tais, poderiam ser usadas como objetos, em atentado sem escrúpulos, fazendo das células-tronco embrionárias células “troco” de uma indústria que, mais uma vez na história, atenta contra a vida, invadindo seu espaço sagrado. Queremos que a ciência avance sim e, neste caso, se interesse em desenvolver a tecnologia necessária para a utilização de células-tronco adultas, facilmente encontráveis no corpo humano, cuja versatilidade para originar várias linhas celulares já foi comprovada. Posicionar-se contrariamente à utilização de células-tronco embrionárias é apenas uma questão de defesa da vida. A Igreja Católica é a favor da utilização de células-tronco adultas. Temos a esperança de que as pesquisas nesta vertente trarão bons resultados, aliás já anunciados pela comunidade científica.

Ao abordar conceitos como “pecado original”, “ato sexual”, “corpo”, “alma” e “dogma fundamental”, nosso colunista se imiscui em terreno onde a ciência teológica tem um discurso perspicaz. Sem desconfiar das boas intenções do articulista, teria sido melhor buscar informações com quem melhor maneja tais assuntos, a fim de possibilitar a compreensão de qual seja a melhor impostação em tais questões e qual sua pertinência em relação ao que se pretende defender. Visões dualistas já foram superadas; temos uma compreensão integral do ser humano, valorizado em todas as suas dimensões e em todas as etapas de sua vida. Pretender aproximar a postura clara da Igreja Católica em favor vida com a inquisição é render-se a um discurso não respeitador da interlocução a que nos propomos, discurso que deve ser de alto nível, sem pré-intenções, sem reducionismos comprometedores, sem pré-juízos intencionais. Dizer que a Igreja afirma que um bebê ao morrer, sem ser batizado, vai ao “fogo do inferno” é desconhecer não somente a Tradição da Igreja mas também seu posicionamento atual, incluindo aí as afirmações a respeito do pecado original. Instrumentalizar assim o discurso não é bom para o nível requerido pelo debate quando o que está em jogo é a vida humana, sua dignidade e seu valor.

No tocante à sexualidade humana, reduzi-la ao uso ou não da camisinha é render-se a uma visão genital e empobrecida da mesma. É aceitar que o ser humano não se distingue dos animais, subjugado que seria aos instintos e pulsões. A sexualidade humana é uma das maiores riquezas do humano e assim necessita ser encarada. Ela é um bem que marca profundamente o ser humano no seu modo de ser e de se comunicar; ela o atravessa por inteiro e em todas as dimensões (somática, psico-afetiva, social, espiritual). Fragmentar a sexualidade, no resvalo de um reducionismo, é render-se à banalização que afunda o ser humano num vazio existencial comprometedor, fonte das muitas buscas de compensações e compulsões de nossos dias. A sexualidade humana, quando orientada, elevada e vivida no amor, ela encontra sua face humana e humanizadora, pois busca o bem das pessoas e da comunidade, realiza as pessoas num processo de integração e maturidade que dura a vida toda. Com certeza, é mais empenhativo integrar e amadurecer na vida. É mais simples simplesmente deixar rolar, bastando usar a camisinha. Nivelar por baixo não constrói o futuro da humanidade. É, sim, uma bomba-relógio, com hora marcada para estourar. Não teremos uma sociedade equilibrada com uma sexualidade desajustada. A hora é de refletir e de assumir cada um suas responsabilidades e como sociedade construir juntos delimitações em favor da vida. A vida humana urge!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Bioética, delimitações protetoras da vida"


A bioética está se transformando, hoje, num campo indispensável de reflexão e de ação, pois contém uma “finalidade ética própria que é a de salvaguardar o bem e promover a melhoria da realidade global humano-sócioecológica”. Como vemos, o campo é bastante vasto e já entrevemos numerosos desafios.O nosso intento será o de delimitar o campo para erigir uma ética da vida. “A constituição de uma ética visa à definição autorizada de delimitações protetoras do consenso, bem como a promoção de valores, de normas e de significantes geradores de mobilização e de adesão”. Busca proteger o ser humano e a sociedade das malhas do arbítrio; salva-os da absolutização do que é apenas “relativo”, da inflação do autoritarismo, das visões míopes, dos discursos esclerosados, da domesticação do “outro” e da cegueira ideológica...
Leia o artigo na íntegra no site http://www.niloagostini.com.br/

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Benvindos, benvindas!

Este é um blog para interagir, partilhar, buscar juntos! Os temas serão sempre de ética e/ou moral. Esses novos meios de comunicação são instrumentos ágeis, facilitam a nossa comunicação, nos ajudam no diálogo e podem servir com proveito à evangelização.

Igualmente, como teólogo e pesquisador, doutor em Ética e/ou Moral cristã, disponibilizarei gradativamente uma série de textos para leitura, sobre assuntos os mais diversos. Neste blog, você terá também textos breves, simples, diretos, sobre questões de atualidade. Acompanhe, faça-se presente, comente, mande sugestões!

Com a foto de fundo, encabeçando este blog, quero homenagear minha família. Com seus belos sorrisos, estão retratas a sobrinha Karol (ao fundo) e a sobrinha neta Camila.

Não esqueça de também acessar a nossa página: http://www.niloagostini.com.br/

terça-feira, 20 de abril de 2010

"A cidade e o anúncio do Evangelho"


"A constatação geral é que a estrutura paroquial que trouxemos do mundo rural não responde mais com adequação aos desafios do mundo urbano50. Ocorre, com freqüência, uma ação fragmentada e desarticulada. Cada um vai fazendo o seu caminho. Não se consegue integrar devidamente elementos como evangelização, sacramentalização e pastoral social. Faz-se necessário repensara presença da Igreja na cidade, tomando como ponto de partida a própria cidade, sujeito que se pretende evangelizar..."

Clique e leia o artigo na íntegra

"O que a espiritualidade tem a ver com as ciências humanas"


"O encontro dos seres humanos com Deus (spiritualitas, como já aparece no séc. V)2 vinha “talhado” pela dicotomia corpo e alma. Numa visão herdada dos gregos e dos próprios maniqueus, o corpo constituía-se numa prisão da alma. Portanto, a vida espiritual era uma constante busca de libertar-se da vida material, degradada, com um cuidado/suspeita constante das relações corporais, recaindo sobre a sexualidade uma visão fortemente pejorativa. Compreendemos, então, que se tenha cultivado uma visão preponderantemente negativa com relação ao humano, ao mundo, ao corpo, à matéria etc. ..."

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quarta-feira, 24 de março de 2010

A fé nos torna virtuosos


A fé é para ser vivida seguindo Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Se assim vivermos, Jesus nos acompanha com a sua graça e, junto com o Pai, nos envia o Espírito Santo. Isto nos tornará virtuosos, cheios da força de Deus e capazes de fazer o bem. É isto que define o ser cristão. Passamos, então, a viver segundo o Espírito, conduzidos por Ele, ao seu serviço (cf. Gl 5,16-18,25; Rm 7,6; 8,3-8.14). É Deus agindo na história. É Cristo acompanhando a comunidade. Vivendo como Jesus, os cristãos andam na direção que o Espírito indicar, sem ser prisioneiros de nenhum tipo de maldade, de corrupção, nem de pecado.
Texto publicado na Folhinha do Sagrado Coração de Jesus