Frei Almir Ribeiro Guimarães
Nosso Deus há de vir
com poder
iluminar nosso olhar, aleluia.
iluminar nosso olhar, aleluia.
As Normas Litúrgicas para o Ano litúrgico dizem: “ O tempo do
Advento possui uma dupla característica: sendo um tempo de preparação para as
solenidades do Natal em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus
entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se
os corações para a segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por este duplo
motivo o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre
expectativa” (n. 39).
“O Senhor Jesus vem de muitos modos no presente. Ele manifesta-se
nos irmãos; manifesta-se na Sagrada Escritura, na Igreja, nas ações litúrgicas.
Ele vem sempre. Podemos dizer que a vida cristã, constitui um permanente
advento do Senhor. Contudo, num determinado período do ano este advento do
Senhor é tematizado de modo mais intenso. É o tempo do Advento em que a
Igreja se coloca à espera do Senhor, comemorando sua vinda no passado e
proclamando sua outra vinda no futuro” ( Frei
Alberto Beckhäuser, OFM, Viver o Ano Litúrgico, Vozes 2003, Petrópolis,
p. 50).
Cirilo de Jerusalém (séc. IV) fala das duas vindas de Cristo. A
primeira se revestiu de um aspecto de sofrimento, a segunda manifestará a
coroa da realeza divina. Houve uma primeira descida de Cristo, discreta como a
chuva sobre a relva e haverá outra, no esplendor, e que se realizará no futuro:
“Na primeira ela foi envolto em faixas e reclinado no presépio; na segunda,
será revestido de um manto de luz. Na primeira ele suportou a cruz, sem recusar
a sua ignomínia; na segunda, virá cheio de glória, cercado de uma multidão de
anjos” (Lit. das Horas, I,
p. 113-114).
Bernardo de Claraval (séc. XII), por sua vez, fala de uma
tríplice vinda de Cristo. Entre a primeira, a do presépio, e a última no fim
dos tempos, há uma vinda intermediária. A primeira e a última são visíveis, a
intermediária, não. “Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu
com os homens. Foi então, como ele próprio declara, que viram-no e não o
quiseram receber. Na última, todo homem verá a salvação de Deus (Lc 3,6) e
olharão para aquele que traspassaram (Zc 12,10). A vinda intermediária é
oculta e nela somente os eleitos o vêem em si mesmos e recebem a
salvação. Na primeira o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária vem
espiritualmente, manifestando o poder de sua graça; na última, virá com o
esplendor de sua glória’’ (Lit.
das Horas I, p. 138).
“Celebrando cada ano o mistério do Advento, a Igreja nos exorta a
renovar continuamente a lembrança de tão grande amor de Deus para conosco.
Ensina-nos também que a vinda de Cristo não foi proveitosa apenas para os seus
contemporâneos, mas que a sua eficácia é comunicada a todos nós se,
mediante a fé e os sacramentos, quisermos receber a graça que ele nos prometeu
e orientar a nossa vinda conforme os seus ensinamentos (S. Carlos Borromeu).
Fonte: http://www.franciscanos-rs.org.br/esse-tempo-do-advento/
Nenhum comentário:
Postar um comentário