Não é amor a busca de si, mas a doação de
si
“Hoje se fala tanto de maturidade
humana como um estilo de vida, um modo de ser que faz o homem capaz de cumprir
com serenidade e com satisfação a própria missão, sem perder o equilíbrio
diante de dificuldades, mesmo graves, que se encontram no decorrer da vida.
Entende-se que o homem é um “ser para”. Ele possui uma personalidade harmoniosa
na medida em que sabe viver pelos outros e com os outros”(Dom Alberto Taveira
Corrêa).
Santo Antônio: Sua vida fez-se
dedicação completa, numa doação de si mesmo. Ele não brincava de religião. Ele
não usava Deus como um talismã. Ele se deixava atrair por Deus e se consumia na
graça de Deus, transformando-se a fim de dedicar sua vida, sem reservas, ao
amor de Deus que o animava. Santo Antônio se transcendia a cada dia; era homem
de superação. Mesmo com saúde frágil, ei-lo pronto, disposto a qualquer
sacrifício. Exigia o melhor de si mesmo e se dispunha inteiro na doação de si
para o Reino de Deus.
Para Santo Antônio, nada é demais
quando nos sentimos atraídos por Deus e animados ante a proposta de Cristo. Ele
fez de sua vida uma doação completa. Santo Antônio é exemplo de dedicação. “Sua
própria vida era oferecida como uma oferta suave a Deus. Nele, um dos maiores
milagres aconteceu; a vela, por mais que queimasse, não se consumia.
Realizava-se nele uma das maiores lições que precisamos aprender: não
precisamos nos economizar para Deus e para o serviço dos outros. Aqui, a lógica
é diferente, isto é, quanto mais nos gastamos, mais crescemos. É o milagre da
multiplicação, não de pães e peixes, mas de vidas que se dispõem a servir.
Imagino o que aconteceria se cada um de nós se dedicasse a Jesus Cristo da
mesma maneira e com a mesma intensidade de Antônio. Muitos poderiam intervir e
acrescentar: mas era um santo. No entanto, não podemos nos esquecer de que,
antes de ser santo, ele era, de fato e de verdade, um discípulo e missionário
de Jesus Cristo”, numa doação total de si. (ROSSI, Luiz A. S. Nos passos
de Santo Antônio. São Paulo: Paulus).
“Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a
sua cruz e siga-me” (Mt 16, 24).
Ele não se
limitava somente às palavras. Empenhava-se, concretamente, em favor dos pobres,
lutando contra as leis dos poderosos de Pádua, opondo-se aos tiranos da Itália.
Mesmo com a saúde debilitada por causa de uma doença que o dificultava a ficar
em pé, não recusava a nenhum pedido de ajuda, mesmo que isso lhe custasse a
vida.
"Através de Santo
Antônio, Nosso Senhor está convidando continuamente os cristãos a pensarem no
bem do próximo, a amarem o próximo como a si mesmos e a darem uma atenção
especial ao necessitado, ao pobre. O cristão celebra a própria vocação de poder
imitar a dadivosidade e a generosidade de Deus criador e de Jesus Cristo, pois
como diz Jesus: 'Recebestes de graça, de graça dai' (Mt 10,8). É uma graça
poder dar. poder partilhar. Dar de graça, ser generoso, pensar no bem comum, no
bem do próximo, promover a vida do próximo, eis o mistério revelado no símbolo
do pão de Santo António. Não se dá apenas uma esmola. Podemos e devemos dar o
trabalho, o tempo, a atenção, o perdão, a seriedade e a honestidade em nossa
ação profissional que vale muito mais do que o dinheiro" (Frei Alberto
Beckhäuser).
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