Jorge Mario Bergoglio,
cardeal-arcebispo de Buenos Aires, Argentina, foi escolhido ,aos 76 anos, o 266º
Papa da Igreja Católica. O que aconteceu neste dia 13 de março de 2013
surpreendeu a todos. Primeiro, porque o seu nome não era lembrado entre os
papáveis. Segundo, por ser alguém da América Latina. Assim, a Igreja Católica
põe um pé fora da Europa, mostrando que ela se abre ao mundo, traço
característico da catolicidade, ou seja de sua universalidade.
Ao ser escolhido Papa, Bergoglio assumiu
o nome de Francisco. "A escolha do nome Francisco indica que ele será mais
próximo dos pobres, comprometido com o bem da Igreja", afirmou o porta-voz
do Vaticano, Federico Lombardi. Além disso, o Papa Francisco revela os traços
de ser uma pessoa humilde e simples, com uma preocupação claramente pastoral. É
um Papa próximo do povo. Este nome também indica um desejo de renovação da
Igreja, assim como representou outro com o mesmo nome, Francisco de Assis, o
santo fundador da Ordem dos Frades Menores, os Franciscanos.
Antes de dar a sua primeira
bênção ao Povo, Francisco pede que o Povo reze e peça a Deus que o abençoe. E
se inclina reverentemente. Sinal de humildade, de proximidade com o povo, ele
mostra ser um Pastor não afeitos a adornos. Conhecido por seu trabalho com os mais humildes nas favelas de Buenos
Aires, ele chegou a negar os luxos enquanto cardeal na capital argentina.
Pegava frequentemente ônibus para ir ao trabalho e chegava a cozinhar as
próprias refeições. O Papa Francisco mostra o alcance social da fé cristã.
Não faltarão desafios para este
papado. Uma primeira série de desafios provem das transformações que ocorrem no
mundo de hoje. Estaríamos numa “mudança de época”. Isto requer uma Igreja capaz
de acompanhar estas mudanças, usando uma linguagem apropriada e capaz de
responder à altura os novos desafios do nosso tempo. A crescente consciência ecológica, o avanço
das novas tecnologias e os problemas sociais resultantes do fraco crescimento
econômico exigem uma Igreja “antenada” com o seu tempo. Urge um acento mais
social do anúncio do Evangelho.
Outra série de desafios vem do
interior mesmo da Igreja e clamam ora por uma reorganização interna, incluída a
Cúria Romana, ora por uma clareza da centralidade de Jesus Cristo na vida do
cristão. Ao fazer a sua primeira homilia, na quinta-feira, dia 14/03, o Papa
Francisco já apontou para três linhas: “Caminhar, edificar e confessar”.
Caminhar na luz de Cristo. Edificar a Igreja. Confessar a Jesus Cristo. Caso
contrário, a Igreja se torna “uma ONG
de caridade”, afirmou o Papa, perdendo sua identidade primeira.
O Papa Francisco nos convoca a estar em “movimento”, não parar no meio
do caminho. Importa caminhar iluminados pelo Senhor e em sua constante
presença.
Frei Nilo Agostini,
ofm
Coordenador da Pastoral
Universitária – USF (Universidade São Francisco), com sede em Bragança Paulista
SP
Professor da USF
Coordenador e
professor do Curso de Teologia da Fajopa (Faculdade João Paulo II) de Marília,
SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário