sexta-feira, 30 de abril de 2010

Fome, carência e imperativo moral na distribuição de recursos


Cresce, em nossos dias, a consciência de nossa responsabilidade face ao flagelo da fome que ainda assola grande parte da população mundial. “A multidão de famintos, constituída por crianças, mulheres, idosos, imigrantes, prófugos e desempregados, eleva para nós o seu grito de dor. Eles imploram-nos, à espera de ser escutados”1.

O Pontifício Conselho “Cor Unum”, por solicitação do Papa João Paulo II, ocupouse de todos aqueles que não dispõem do mínimo vital, publicando, em 1996, o documento “A fome no mundo. Um desafio para todos: o desenvolvimento solidário”2. A Igreja Católica no Brasil, através da CNBB, por ocasião da 40ª Assembléia Geral dos Bispos, publicou, em 2002, o texto “Exigências evangélicas e éticas de superação da miséria e da fome”3.

Fazemos parte de uma comunidade de fé que não quer fechar os olhos diante da dura realidade da fome e da miséria. Sente-se interpelada por todo aquele que estiver caído na estrada da vida, como o bom samaritano.

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Teologia Moral hoje: Moral Renovada para uma Catequese Renovada



Em 1983, no dia 15 de abril, por ocasião da 21ª Assembléia Geral, a CNBB aprovou o documento Catequese Renovada . Buscando apontar para a catequese como uma prioridade, os Bispos do Brasil procuraram esboçar orientações e conteúdos para uma catequese renovada. Valorizaram o passado, tendo em conta a catequese como iniciação da fé e vida da comunidade (século I a V), como processo de imersão na cristandade (do século V ao XVI), como instrução e aprendizagem individual (a partir do século XVI) e como educação permanente para a comunhão e a participação na comunidade de fé (século XX).

Há pouco mais de 25 anos, o documento Catequese Renovada reconhecia existir características positivas, bem como identificava deficiências na catequese em nosso país . Um intenso trabalho de animação e de aprofundamento tem sido empreendido desde então para reforçar os eixos básicos e preencher as lacunas.

Vale ressaltar que o Diretório Nacional e Catequese recentemente aprovado em Assembléia Geral pelos Bispos destaca que os adultos são os primeiros interlocutores da mensagem cristã. Deles dependem a formação das novas gerações . A catequese com adultos foi recentemente incluída no foco das atenções com ampla reflexão e realização da Segunda Semana Brasileira de catequese.

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Comunicação social e ética

O Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, ao divulgar o documento Ética nas comunicações sociais, no ano de 2000, é muito claro ao identificar, em sua introdução, a problemática aí existente ao afirmar:

“Um grande bem e um grande mal provêm do uso que as pessoas fazem dos meios de comunicação social. Não obstante geralmente se diga – e com freqüência diremos aqui –que os mass media fazem isto ou aquilo, não se trata de forças cegas da natureza, fora do controle humano. Pois, embora os atos de comunicação, com freqüência, tenham conseqüências involuntárias, são as pessoas que escolhem usar os mass media para finalidades positivas ou negativas, de modo reto ou incorreto.

Essas opções, fulcrais para a questão ética, são feitas não só por aqueles que recebem as comunicações – espectadores, ouvintes e leitores –, mas especialmente por aqueles que controlam os instrumentos de comunicação social e determinam suas estruturas, linhas de conduta e conteúdo” .

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segunda-feira, 26 de abril de 2010

A centralidade do amor


Ao tratarmos do amor, estamos diante de um tema extremamente rico, crucial e decisivo para as nossas vidas. Não há como dispensá-lo; seria comprometer nosso desenvolvimento e realização enquanto pessoas humanas. Em nossos dias, como no passado, continuam numerosas as publicações a ele dedicadas.O chamado para o amor está no coração da mensagem de Jesus. Hoje, seu dinamismo é regatado para tratar da sexualidade e devolver-lhe seu rosto verdadeiramente humano. Ele é indispensável na superação do mal, sob o concurso da graça. Importa igualmente compreender o amor naquilo que ele representa para a nossa vida humana em seu alicerce divino, num convite a deternos no essencial, ou seja, a capacidade de amar inerente ao ser humano.

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CÉLULAS-TRONCO, SEM MEDO DE DIZER QUAL É A NOSSA POSIÇÃO!


A propósito do artigo de Ferreira Gular “Uma questão teológica”, publicado na Folha de São Paulo, no dia 30 de março de 2008.

Prof. Dr. Frei Nilo Agostini, ofm

Ferreira Gular tem razão de dizer que para ele o assunto é complicado mesmo. Tenta se pronunciar sobre um assunto amplo e importante e que não pode ser reduzido a meia dúzia de palavras. Ao querer posicionar-se, acaba resvalando no que parece desconhecer e, mesmo assim, pretende criticar a posição da Igreja Católica no tocante ao assunto em questão. Esquece-se o articulista que a interlocução com a sociedade pressupõe respeito com os protagonistas que tem contribuído para salvaguardar a afirmação do valor da vida nesta nação, inclusive quando pessoas eram atentadas em sua dignidade nos tempos da repressão explícita.

Caro Ferreira Gular, aquela célula que você diz que é menor que uma cabeça de alfinete, sendo ela já fecundada, mesmo sendo uma só, já contém 3,5 bilhões de informações, reunidas em mais de 50 mil genes, nos 23 pares de cromossomos. O que será a vida no resto de seus dias já está lá inscrito, bastando apenas desenvolver-se. A bela aventura da vida, a sua e a minha ou nossa, já começou naquele primeiro instante. O patrimônio genético não mudará mais. A esta evidência, muitos estudiosos sérios se subscrevem, mesmo sem muito alarde. Só uma parte dos cientistas afirma que a vida humana começa mais tarde ou em outros estágios daquela vida já iniciada na fecundação do óvulo. Quando estamos ante o espermatozóide ou o óvulo, sem a fecundação, não estamos diante de uma vida humana. Isto é tão óbvio que usar essa argumentação é simplório demais, é palavreado desnecessário, o que torna sim a discussão sem fim por pura inépcia do discurso pretendido. Aliás, o que entra em questão não é simples célula, mas o embrião, ainda que menor que cabeça de alfinete.

No caso do uso de embriões sobrantes como banco de células-tronco embrionárias, existem algumas ponderações do porque da posição da Igreja, aliás apontada em seu texto. A Igreja é a favor da vida, não importa o estágio em que ela se encontre, não importa a sua origem, classe ou povo a que pertença. A vida detém uma dignidade que ninguém concede, que ninguém outorga, que ninguém confere; diante dessa dignidade cabe uma atitude: reconhecê-la! A partir deste momento, começaremos a cuidar dela, protegê-la, tutelá-la, sobretudo quando esta se encontra em situações vulneráveis, como é o caso dos embriões humanos. Sendo esta vida humana dotada de dignidade, ela não pode ser tratada como objeto, muito menos como descartável. Por isso, a indústria da fecundação artificial erra quando faz do ser humano um objeto vulnerável pelas sobras de embriões, vulnerável pelo descarte e perda de muitos dentre eles. Ecoa forte um grito em favor da vida. Escolhe, pois, a vida! Nós anunciamos o Evangelho da Vida. Não basta que o fim seja bom: os meios também devem sê-lo.

Todos queremos que a ciência avance e encontre meios cada vez mais apropriados para suavizar a dor, curar doenças e melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades. Mas isso não poderá ser feito à custa de vidas humanas que, não reconhecidas como tais, poderiam ser usadas como objetos, em atentado sem escrúpulos, fazendo das células-tronco embrionárias células “troco” de uma indústria que, mais uma vez na história, atenta contra a vida, invadindo seu espaço sagrado. Queremos que a ciência avance sim e, neste caso, se interesse em desenvolver a tecnologia necessária para a utilização de células-tronco adultas, facilmente encontráveis no corpo humano, cuja versatilidade para originar várias linhas celulares já foi comprovada. Posicionar-se contrariamente à utilização de células-tronco embrionárias é apenas uma questão de defesa da vida. A Igreja Católica é a favor da utilização de células-tronco adultas. Temos a esperança de que as pesquisas nesta vertente trarão bons resultados, aliás já anunciados pela comunidade científica.

Ao abordar conceitos como “pecado original”, “ato sexual”, “corpo”, “alma” e “dogma fundamental”, nosso colunista se imiscui em terreno onde a ciência teológica tem um discurso perspicaz. Sem desconfiar das boas intenções do articulista, teria sido melhor buscar informações com quem melhor maneja tais assuntos, a fim de possibilitar a compreensão de qual seja a melhor impostação em tais questões e qual sua pertinência em relação ao que se pretende defender. Visões dualistas já foram superadas; temos uma compreensão integral do ser humano, valorizado em todas as suas dimensões e em todas as etapas de sua vida. Pretender aproximar a postura clara da Igreja Católica em favor vida com a inquisição é render-se a um discurso não respeitador da interlocução a que nos propomos, discurso que deve ser de alto nível, sem pré-intenções, sem reducionismos comprometedores, sem pré-juízos intencionais. Dizer que a Igreja afirma que um bebê ao morrer, sem ser batizado, vai ao “fogo do inferno” é desconhecer não somente a Tradição da Igreja mas também seu posicionamento atual, incluindo aí as afirmações a respeito do pecado original. Instrumentalizar assim o discurso não é bom para o nível requerido pelo debate quando o que está em jogo é a vida humana, sua dignidade e seu valor.

No tocante à sexualidade humana, reduzi-la ao uso ou não da camisinha é render-se a uma visão genital e empobrecida da mesma. É aceitar que o ser humano não se distingue dos animais, subjugado que seria aos instintos e pulsões. A sexualidade humana é uma das maiores riquezas do humano e assim necessita ser encarada. Ela é um bem que marca profundamente o ser humano no seu modo de ser e de se comunicar; ela o atravessa por inteiro e em todas as dimensões (somática, psico-afetiva, social, espiritual). Fragmentar a sexualidade, no resvalo de um reducionismo, é render-se à banalização que afunda o ser humano num vazio existencial comprometedor, fonte das muitas buscas de compensações e compulsões de nossos dias. A sexualidade humana, quando orientada, elevada e vivida no amor, ela encontra sua face humana e humanizadora, pois busca o bem das pessoas e da comunidade, realiza as pessoas num processo de integração e maturidade que dura a vida toda. Com certeza, é mais empenhativo integrar e amadurecer na vida. É mais simples simplesmente deixar rolar, bastando usar a camisinha. Nivelar por baixo não constrói o futuro da humanidade. É, sim, uma bomba-relógio, com hora marcada para estourar. Não teremos uma sociedade equilibrada com uma sexualidade desajustada. A hora é de refletir e de assumir cada um suas responsabilidades e como sociedade construir juntos delimitações em favor da vida. A vida humana urge!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

"Bioética, delimitações protetoras da vida"


A bioética está se transformando, hoje, num campo indispensável de reflexão e de ação, pois contém uma “finalidade ética própria que é a de salvaguardar o bem e promover a melhoria da realidade global humano-sócioecológica”. Como vemos, o campo é bastante vasto e já entrevemos numerosos desafios.O nosso intento será o de delimitar o campo para erigir uma ética da vida. “A constituição de uma ética visa à definição autorizada de delimitações protetoras do consenso, bem como a promoção de valores, de normas e de significantes geradores de mobilização e de adesão”. Busca proteger o ser humano e a sociedade das malhas do arbítrio; salva-os da absolutização do que é apenas “relativo”, da inflação do autoritarismo, das visões míopes, dos discursos esclerosados, da domesticação do “outro” e da cegueira ideológica...
Leia o artigo na íntegra no site http://www.niloagostini.com.br/

quinta-feira, 22 de abril de 2010


Benvindos, benvindas!

Este é um blog para interagir, partilhar, buscar juntos! Os temas serão sempre de ética e/ou moral. Esses novos meios de comunicação são instrumentos ágeis, facilitam a nossa comunicação, nos ajudam no diálogo e podem servir com proveito à evangelização.

Igualmente, como teólogo e pesquisador, doutor em Ética e/ou Moral cristã, disponibilizarei gradativamente uma série de textos para leitura, sobre assuntos os mais diversos. Neste blog, você terá também textos breves, simples, diretos, sobre questões de atualidade. Acompanhe, faça-se presente, comente, mande sugestões!

Com a foto de fundo, encabeçando este blog, quero homenagear minha família. Com seus belos sorrisos, estão retratas a sobrinha Karol (ao fundo) e a sobrinha neta Camila.

Não esqueça de também acessar a nossa página: http://www.niloagostini.com.br/

terça-feira, 20 de abril de 2010

"A cidade e o anúncio do Evangelho"


"A constatação geral é que a estrutura paroquial que trouxemos do mundo rural não responde mais com adequação aos desafios do mundo urbano50. Ocorre, com freqüência, uma ação fragmentada e desarticulada. Cada um vai fazendo o seu caminho. Não se consegue integrar devidamente elementos como evangelização, sacramentalização e pastoral social. Faz-se necessário repensara presença da Igreja na cidade, tomando como ponto de partida a própria cidade, sujeito que se pretende evangelizar..."

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"O que a espiritualidade tem a ver com as ciências humanas"


"O encontro dos seres humanos com Deus (spiritualitas, como já aparece no séc. V)2 vinha “talhado” pela dicotomia corpo e alma. Numa visão herdada dos gregos e dos próprios maniqueus, o corpo constituía-se numa prisão da alma. Portanto, a vida espiritual era uma constante busca de libertar-se da vida material, degradada, com um cuidado/suspeita constante das relações corporais, recaindo sobre a sexualidade uma visão fortemente pejorativa. Compreendemos, então, que se tenha cultivado uma visão preponderantemente negativa com relação ao humano, ao mundo, ao corpo, à matéria etc. ..."

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